"Algumas pessoas acreditam, por puro desconhecimento, que gráficos são o mesmo que tentar ver nuvens em forma de elefantes para operar no mercado. Elas costumam dizer que a “coisa” funciona poucas vezes porque os grafistas fizeram o movimento acontecer acreditando nele. Por exemplo: imagine que houve uma formação, os grafistas apostaram na alta e, por isso, compraram. Essas compras desencadeadas pelos grafistas puxaram os preços, formando a tendência de alta.
Agora, vamos pensar o seguinte: você é um grafista e viu um rompimento em um ponto em R$ 10. O que você faz? Sai pagando até R$ 30? Nenhum grafista compra muito depois do rompimento por acreditar que necessita de alguma nova formação para entrar no mercado, o que seria lógico para um grafista de verdade. Então, como explicar a forte tendência de alta que se seguiu depois de uma formação gráfica indicadora de alta?
As pessoas que mais questionam isso são as inconformadas com o fato de um simples gráfico poder definir o que elas são quando estão operando (como expliquei no meu segundo artigo, vale ler novamente). Às vezes, a falta de uma reprodução ou entendimento científico leva as pessoas a desconsiderarem alguns conhecimentos. Na Idade Média, por exemplo, não sabiam explicar por que a maré subia e descia com as fases da lua, mas, mesmo assim, se utilizavam de tal previsão. Quem, por acaso, atribuía esse acontecimento às bruxas e ficava na frente da maré alta se afogava.
Voltando ao efeito “grafistas no mercado”, ao meu entender, ele é justamente o contrário do que cito no primeiro parágrafo. Hoje, temos uma quantidade muito maior de rompimentos gráficos abortados por pura ansiedade de grafistas. Temos até rompimentos forçados por alguns fortes operadores, para que grafistas entrem comprando e consigam vender mais a um preço melhor - da mesma forma que existem robôs para pegar robôs no mercado. Se o conhecimento gráfico não fosse tão disseminado, os padrões gráficos seriam muito mais fiéis à sua indicação proposta, porque não haveria essas distorções.
Para ter uma noção melhor dos padrões é importante entender o que levou à sua formação; isso é essencial para o êxito da análise. O que temos hoje como base da análise técnica é um comportamento verificado como padrão durante anos de empírica observação. Se evoluirmos como seres humanos nesse período, nossos padrões também se sofisticarão para uma análise. A exceção são os movimentos traumáticos que remetem ao instinto de sobrevivência. Nesse caso, fica bastante fácil prever o padrão que o gráfico tomará.
A minha dica é não se apegar somente aos padrões que já existem na análise gráfica e tentar identificar os atuais padrões que o mercado segue. É a isso que atribuo minha eficiência de acertos. Também tento entender o que motivou o padrão, apesar de muitas vezes não ser possível. Mas o padrão gráfico sim é possível ser entendido, mesmo que não seja o padrão que estão nos livros de análise técnica."
Fonte: Wintrade
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